quinta-feira, 5 de junho de 2008

Parte 3

Sai bem chumbado do Alfredo, peguei uma carona com o Chaves, o meu taxista número um e fomos direto para a casa do Medina. Medina morava em um sobrado dos mais antigos da zona norte, o lugar fedia a merda de pomba, mas sempre tinha as mais fofas gatinhas no moquifo. Medina era mais um usuário de ropão vermelho e a sua barriga deformada de ceva cativava os mais bebuns tragueiros de Porto Alegre. O ruivão era garoto propaganda de cerveja e conhecedor das mais perigosas drogas e rituais mágicos dos bacos.

- Quem diria, Medina?
- Carlito, isso aqui é um posto provisório. A verdade é que essa casa te pertence.
- Eu fora! Walter está precisando de uns tranca porta.
- Como assim?
- O cara vendeu a alma para Santa Cecília.
- Mas que nego burro! Ele vai virar pastor da Igreja Universal.
- O que tu podes fazer para ajudar o amigo?
- Cobrar a grana que ele me deve.
- Tu também?
- Tu também?
- Eu fora.
- Carlito, eu não quero me envolver com essa buceta. Santa não desgruda.
- Diz o que eu posso fazer.
- Tu sabe o que fazer.
- Puta merda!

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