quinta-feira, 5 de junho de 2008

parte 5

Duas horas depois e uma boa dose de mau humor, estamos os três na frente da casa do Medina. O mau humor vem por eu não saber me controlar e ser impulsivo. O que vai acarretar o agarro na Cecília? Eu que deveria ter uma vida mais metódica, continuo o mesmo confeiteiro do caos. Sim, era para deixar a coisa não rolar. Por que a patroa não vai gostar nadinha quando souber que estou encharcado de suor sexual com uma vadia. Cecília vai pegar no meu pé e querer mais. No fundo é o que todas querem, somos objetos das más vontades femininas.
Mas deixamos os meus problemas de lado e nos concentramos um pouco no Exu Capa Preta. Quando Diego abre a porta, estamos todos de boca aberta com um uma criatura enrolada numa capa preta, cartola negra e cabeça de caveira.

- Qué negociá, Nego Cao?
- Sim, vim aqui fazer uma oferta.
- Eu querê favor de ti.
- O que em troca?
- Egoncaos!

Cecília olha para o Walter e pergunta.

- O que é Egoncaos?
- Uma entidade que o Cao incorpora.
- O Cao é batuqueiro?
- Não. Ele é falcatrua! Dos mais profissionais. Tem que ver o que o negão já aprontou. Sabe esse papo de salvar o universo de um apocalipse? O Cao formenta a teoria que já salvou o universo.

Egoncaos nunca mais! Vou dizer que sim, mas alguém vai ter que dançar com isso.

- Ok. Tu livra a alma do Walter, mas eu também vou te pedir uma coisa.
- Que em troca?
- Santa Cecília.
- Fechado! São os meus convidados para o meu barraco.

Medina só sorria no canto da sala. Fumava um charuto, usava vários colares no pescoço e um lenço vermelho na cabeça. Ir para o barraco do Capa Preta é literalmente ir para o inferno.

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