quinta-feira, 5 de junho de 2008

parte 4

Volto para casa. Lá encontro o Walter e Cecília, que não é santa, se agarrando. Cara, eu vou bater no Walter! O primeiro soco me faz ter de novo vinte anos, não quinze. É como chuva caindo no peito. O meu batismo. O segundo soco não é meu, é dele. Bate de raspão na minha boca, mas acerta com tudo no meu queixo. Cecília só fica gritando, grita mais quando eu parto para chutar a barriga do putão. Sim! É muito bom bater nos amigos! A mina vai pensar que é por causa dela e com razão é! Era para eu estar ali sugando aquela boca. Mas a vadia quer é ferro na boneca! O meu próximo chute já tira uns três dentes da boquinha de mula do frutinha. Depois vou lá de novo e dou mais três chutes. Walter começa a rir.
- Cara, muito bom apanhar! Eu tava precisando, tá lavando a minha alma!
- Quer mais?
- Não tá bom assim! Vamos fundar um fight club?
- Santa Cecília Fight Club!
- É. Santa Cecília Fight Club!

Cecília saiu dali apavorada com a nossa barbárie. Graças a Deus eu tive a sorte de ir até o corredor do edifício e me aprofundar naquelas carnes. É um bicho bom a mulher! Ela chorava assustada e empurrou o corpo sem a mínima sutileza contra o meu. Cao Guimarães tu tá muito filme B. Três dias sem tomar banho, andando de ropão vermelho na rua e essa latinha com barbão salvará o parceiro Walter de uma guerra cósmica com santos e exus. E esse mesmo amigo tem que levar uma surra para entender os limites. Mas o melhor de tudo isso é que essa mulher fatal está apaixonada por ti, tu vai conseguir ser o herói dentro dessa pilantragem. Tu não perdoa o corredor do prédio, faz dali o teu ninho de amor.
Santa bobagem!

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